Ela tinha uma beleza comum que não chegava a ter grande destaque, tinha
um humor carregado de ironia e simpatia, estava quase sempre sorrindo e tinha a
mania de querer ajudar todos a resolverem seus problemas. Parecia alguém
realmente feliz.
Mas com o passar dos dias a angústia aumentava, mas, incrivelmente
ninguém notava que o castelo estava se desmoronando, ninguém notava que o
sorriso diminuiu ou que suas ausências estavam mais constantes e muito menos os
gritos que se escondiam por traz do sorriso que ainda havia.
A realidade é que ninguém observa muito bem ninguém, no auge do nosso
egoísmo, mantemos distância de todos, apenas fingimos que nos importamos. E
assim as pessoas ao nosso lado, pessoas que dizemos amar, vão se ruindo, sem
que seja possível ajudar, sem que se possa perceber.
E quando cansada dessa solidão acompanhada, ouvia uma música que falava
de amor sem lembrar de fato o que significava. A brisa da noite era suave, às
vezes provocava calafrios e os barulhos distantes da cidade faziam se lembrar
de como sempre foi estar só. E então uma sensação de paz invadiu seu ser, e
pareceu encontrar a liberdade que sempre quis e então uma lágrima escorreu de
seus olhos e em seu rosto se formou um leve sorriso, enquanto seu corpo caia da
janela do prédio onde morava.
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